quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A importância do farmacêutico documentar suas intervenções no prontuário do paciente

Hoje quero compartilhar uma vitória pessoal minha!
Estou muito feliz em poder compartilhar a minha primeira intervenção farmacêutica documentada com vocês meus amigos!
Segundo a Organização Pan Americana de Saúde em 2002 por meio do Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica, a Intervenção Farmacêutica é um ato planejado, documentado e realizado junto ao usuário e profissionais de saúde, que visa resolver ou prevenir problemas que interferem ou podem interferir na farmacoterapia, sendo parte integrante do processo de acompanhamento/seguimento terapêutico.
Ontem eu completei 16 meses de Residência na área de concentração Atenção em Urgência e Emergência na Unidade de Emergência HU/UFSC e também foi a data que consegui realizar pela primeira vez uma intervenção farmacêutica documentada no prontuário do paciente, isso mesmo no prontuário do paciente, porque o prontuário não é do médico e sim do paciente.
Eu venho fazendo várias intervenções farmacêuticas na Unidade de Emergência, principalmente intervenções farmacêuticas relacionadas a correção da dose dos medicamentos prescritos para os pacientes dessa Unidade, quando eu avalio por exemplo, que alguma dose está acima do recomendável para determinado paciente. Mas eu sempre fazia estas e outras intervenções de forma informal, comunicava ao prescritor a minha avaliação e o prescritor quando estava de comum acordo comigo adequava a dose prescrita para a dose sugerida.
É evidente que antes de eu realizar minhas intervenções farmacêuticas eu fazia uma busca na literatura a procura de evidências que fundamentavam minhas sugestões e em sequência discutia a futura intervenção com uma das equipes clínicas que eu tenho de apoio na Residência, preferencialmente a equipe clínica do Centro de Informações Toxicológicas e só então sugeria ao prescritor a intervenção.
Mas estava faltando algo e eu sabia o que era, estava faltando eu documentar essas intervenções farmacêuticas. Eu tinha medo, medo da não aceitação por parte do corpo clínico de prescritores visto que nem sempre encontramos profissionais de saúde abertos a intervenções de outros profissionais que não pertençam ao mesmo corpo clínico mesmo que estas invenções tenham como prioridade a segurança do paciente e a promoção da saúde.
Provavelmente o fato de eu estar em uma unidade sem um único preceptor farmacêutico me acompanhado, já que não existe farmacêutico efetivo na Unidade de Emergência do HU tenha contribuido em parte para que eu tenha me sentindo tão tímida para realizar minha primeira intervenção farmacêutica documentada no prontuário do paciente somente agora após 16 meses de residência.
Eu estou muito orgulhosa de mim mesma, eu consegui vencer esse medo! Que o meu exemplo possa incentivar outros profissionais farmacêuticos para realizar intervenções farmacêuticas documentadas.

2 comentários:

  1. estou ha pqssimo tempo nesta área.. um absurdo ninguem ter postado nenhum comentário.. vc cresce.... e os apáticos continuam na mesmice...
    parabens!!!

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  2. Gostei muito do seu blog! Sou estudante de farmácia e fiquei sabendo a pouco tempo sobre a residência multiprofissional oferecida por algumas instituições, no qual fiquei muito interessada. A sua experiência relatada nesse post demonstra o desejo do profissional em participar de forma mais efetiva na evolução clínica do paciente. Nós temos o conhecimento técnico tanto quanto os outros profissionais. Parabéns!

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